segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Visita de animais ajuda no tratamento de crianças em SP...


Após uma ausência de três meses, um grupo de voluntários se reúne em frente à pediatria da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Com eles, em pequenas caixas, chegam um porquinho da índia, uma chinchila, um coelho, um jabuti, um cãozinho e Jack, cão da raça bernese, que chama a atenção por seu tamanho avantajado. Lá dentro, as crianças esperam com ansiedade a visita.

A ausência maior - as visitas acontecem mensalmente - se deu por causa do avanço da epidemia da gripe H1N1. Por precaução, o serviço foi interrompido, só retornando na última quarta-feira. Maria Lúcia Passarelli, diretora da pediatria do hospital, fala da ansiedade das crianças no dia da visita. "Nós só avisamos que haverá visita no dia. Se falamos um dia antes, ninguém dorme", diz.

A diretora diz que o principal benefício do contato das crianças com os animais se dá na melhora do clima geral da pediatria e na diminuição da ansiedade da garotada. "Se para um adulto não é fácil ficar muito tempo dentro de um hospital, imagine para uma criança. Pena que a visita aconteça apenas uma vez por mês", diz.

Fundadora e idealizadora do projeto, a médica veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs, 82 anos, afirma que pesquisas mostram que as boas emoções ajudam de maneira positiva no sistema imunológico. "Essa ajuda se dá não só em relação às crianças, mas também aos médicos".

O primeiro a receber a visita, Serginho, 10 anos, possui distrofia muscular. Assim que viu as voluntárias, reclamou da ausência forçada. "Faz tempo que vocês não vinham. Estava com saudade". Com a ajuda de uma voluntária, por não conseguir se movimentar, ajudou a alimentar um porquinho da Índia com uma cenoura. Feliz, se despede e com um pedido para que o retorno seja breve.

Jack, um cão bernese de 5 anos, é o que mais chama a atenção. Dócil e maior do que a maioria das crianças, é requisitado o tempo todo. Leonardo Pereira Silva Trindade, 3 anos, permaneceu cerca de 10 minutos grudado nele, enquanto realizava exames. Ao lado, sua mãe tentava conter o entusiasmo, já que o garoto estava ligado a um aparelho por eletrodos.

"É bom ver ele assim. O ambiente de hospital é um pouco hostil para as crianças. Ele gosta muito de animais", diz a mãe, Marinalva Gomes Trindade, 34 anos.

Ao se despedir de um porquinho da Índia, um garoto é direto. "Vai vir outro porco aqui hoje? Eles vão ficar aqui?" Ao acariciar a cabeça de um jabuti, uma menina pergunta ao voluntário se ela mordia. Ao receber a negativa, perdeu o medo e tentou fazer com que ela se recolhesse ao casco. "Ela mora aí dentro, né?"

Atenciosos, os voluntários dizem que depois da primeira visita, ficam tão ansiosos quanto as crianças. "É um trabalho em que ajudamos a quebrar um pouco esse clima tenso de hospital, mas também saímos daqui melhores. É uma experiência única", diz Marina Queirós, dona de Jack.


Latidinhus+latidinhus *-*


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